Processo Histórico da Independência do Brasil
No começo do século XIX, com
a vinda da família real portuguesa, fugida da invasão das tropas de Napoleão,
começou a ocorrer importantes transformações econômicas, politicas, sociais e culturais
no Brasil. Em 1815, o país deixou de ser colônia e foi elevado à condição de
Reino Unido de Portugal ganhando assim, maior autonomia. Essa proximidade da
família real com o Brasil aliada a maior importância da colônia, provoca descontentamentos
que levam a duas importantes revoluções no processo da independência, a
Revolução Pernambucana em 1817, que abalou a unidade imperial no Brasil,
seguido pela Revolução liberal do Porto em Portugal em 1820, que ao exigir uma
nova constituição exigia-se também o retorno imediato de D. João. A volta de D. João VI para Europa aumentou a
pressão da aristocracia brasileira sobre D. Pedro I, seu filho, nomeado
príncipe regente do Brasil em 1821, para que ele declarasse o Brasil
independente.
Dia do fico
Com apenas
23 anos, o novo Regente do Brasil, D. Pedro, não era respeitado como príncipe
regente e várias medidas das cortes de Lisboa buscam diminuir seu poder e,
desse modo, à autonomia do Brasil desejando que o país voltasse à condição de colônia de Portugal.
As cortes de
Portugal insistiam para que D. Pedro retornasse a Portugal, o que provocou grande
resistência e descontentamento por parte dos brasileiros e não brasileiros,
tanto que em 9 de janeiro de 1822, foi entregue ao Príncipe Regente uma petição
com milhares de assinaturas solicitando que ele não abandonasse o país. Encorajado
pela princesa Leopoldina, sua esposa, e cedendo às pressões D. Pedro respondeu:
"Como
é para o bem de todos e felicidade geral da Nação, estou pronto. Digam ao povo
que fico".
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Aclamação de Dom Pedro I, Imperador do Brasil, no campo de Santana, Rio de Janeiro. Obra de Jean Baptiste-Debret, 1822. |
Ficava
instituído o “dia do Fico” era um dos passos mais importantes para a
independência do Brasil. A partir daí D.
Pedro ganhou grande apoio popular para resistir a recolonização, tomou uma
série de medidas que desagradaram à metrópole,
formou um novo ministério, liderado por José Bonifácio seu até então,
conselheiro de maior confiança, convocou uma Assembleia Constituinte e
determinou que nenhuma lei de Portugal seria
colocada em vigor sem o "cumpra-se", ou seja, sem a sua aprovação
prévia, além de organizar
a Marinha de Guerra e obrigar as tropas de Portugal a voltarem para o reino
Os reinos de
Portugal insatisfeitos com a rebeldia de D. Pedro declararam ilegítima a Assembleia
Constituinte e seu governo ilegal, determinando seu regresso para Portugal
imediatamente, sob a ameaça de envio de tropas lusitanas para obriga-lo a sair
do Brasil, caso a medida não fosse acatada.
Diante dessa
atitude, o rompimento tornou-se inevitável.
O grito Ipiranga- o Dia D
Em rápida viagem a Minas Gerais e a São Paulo
para acalmar setores da sociedade, preocupados com os últimos acontecimentos, chegou
ao palácio uma nova correspondência de Portugal, anulando a Assembleia
Constituinte e exigindo volta do príncipe imediatamente para Lisboa. A princesa
Leopoldina, que havia assumido a regência do Brasil durante a viagem, convocou
uma sessão extraordinária do Conselho de Estado, em 2 de setembro, e juntamente
com os ministros e aconselhada por José Bonifácio decidiu pela separação
definitiva entre Brasil e Portugal. Após ter assinado a declaração de Independência,
ela escreveu uma carta informando sobre o ocorrido e enviou um mensageiro que
entregasse a Pedro.
Estas
notícias chegaram às mãos de D. Pedro quando, retornava de Santos para o rio de
janeiro, nas proximidades de São Paulo, em 7 de setembro de 1822, as
margens do riacho do Ipiranga, que segundo uma das versões sobre o fato (Lustosa, pp. 150–153) o
príncipe regente, ao tomar conhecimento do conteúdo da correspondência, gritou:
"Amigos, as Cortes Portuguesas querem escravizar-nos
e perseguir-nos. A partir de hoje as nossas relações estão quebradas. Nenhum
vínculo unir-nos mais" e continuou depois que ele arrancou a braçadeira
azul e branca que simbolizava Portugal: "Tirem suas braçadeiras, soldados.
Viva independência, à liberdade e à separação do Brasil." Ele desembainhou
sua espada afirmando que "Para o meu sangue, minha honra, meu Deus, eu
juro dar ao Brasil a liberdade" e gritou: "Independência ou
morte".
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Proclamação da Independência, de François-René Moreaux (1844), onde a figura de D.Pedro ocupa o centro do quadro. |
Este evento histórico é lembrado como "Grito do Ipiranga" e marcou a Independência do Brasil. Com essa medida, o país tornou-se uma monarquia independente de Portugal.
Estava
proclamada a independência da República do Brasil.
No dia 12 de outubro do mesmo ano, D. Pedro foi
aclamado como o primeiro imperador do Brasil, sendo coroado no dia 1 de
dezembro com o título de D. Pedro I.
Era o fim do
domínio Português sobre o Brasil.
#Dica de leitura:
(Ilmar Rohloff de Mattos e Luis Affonso Seigneur de Albuquerque).
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